quarta-feira, 26 de maio de 2010

Jesus não tinha super crentes ao seu lado


Jesus ao iniciar o seu ministério redentor aqui na Terra, escolhe em meio aos seus seguidores 12 discípulos para que estes pudessem dar prosseguimento aos ensinamentos do mestre. Jesus já nos dá um grande exemplo de aceitação ao escolher homens de caráter duvidoso como Matheus, que era um cobrador de impostos meio que desonesto, ou mesmo Pedro, que era um pescador semi analfabeto, cheio de altos e baixos, assim como os demais 10 discípulos.

Entre esses 12 estava também Judas Escariotes. Esse nome vem por causa da origem de Judas, que era da cidade de Queriote. Judas era sim um homem de caráter duvidoso. Quando Maria Madalena derrama sobre os pés de Jesus um vidro de alabastro puro, que custava cerca de 300 denários (Um denário era o salário de um dia de trabalho de um trabalhador. Digamos que hoje seria uns 70 reais, o perfume custaria em torno de 21 mil reais) Judas questiona a atitude da mulher e a condena, dizendo que aquele dinheiro poderia ser usado para ajudar os pobres. Mas esse não era o real sentimento de Judas em seu coração, pois Judas segundo o apóstolo João era um ladrão. (Jo 12:6)

O que me chama a atenção é que mesmo com essa dificuldade que Judas tinha com dinheiro, Judas foi instituído por Jesus como o tesoureiro de seu ministério. Interessante não é? Jesus que conhecia a fraqueza de todos os homens, dava a oportunidade a cada um deles enfrentarem as suas cobiças para que vencessem os seus pecados.

Jesus sabia que Pedro era um homem de duas palavras (Nunca te negarei Senhor! Para depois negá-lo por 3 vezes). Sabia também que Judas era um ladrão, e principalmente, sabia que Judas iria traí-lo. Mas esses homens gozaram por 3 anos da doce companhia de Jesus em suas vidas. Jesus lavou os pés desses homens. Jesus ceiou com eles. Sim, Jesus lavou os pés de Judas, tomou a ceia com ele, para horas depois ser traído por ele. Jesus amou a todos eles, inclusive Matheus, o cobrador de impostos que tirava um pouco do dinheiro que ele arrecadava para si mesmo.

Jesus deu a oportunidade para todos esses homens se arrependerem e transformarem as suas vidas inteiramente, inclusive para Pedro e Judas. Note que o pecado de Judas e o de Pedro foi praticamente o mesmo, traição, uma das atitudes mais detestáveis do comportamento humano.

Mas o que Pedro entendia, e Judas infelizmente não entendeu, era que Jesus era o Deus da misericórdia. Pedro no Sinédrio nega a Jesus por 3 vezes. Mas Jesus depois de ressureto, antes de voltar para os braços do Pai pergunta para Pedro por 3 vezes se ele o amava;

João 21:17 Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me? E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas.

Interessante não é? Pedro nega a Jesus por 3 vezes, para depois confessar o seu amor por Jesus também por 3 vezes.

Entenda, Jesus não predestinou Judas para que esse fosse para o inferno, esse é um pensamento perverso e totalmente contrário aos ensinamentos da graça de Deus. A mesma oportunidade que Jesus deu a Pedro, a Matheus, e a todos os outros discípulos, ele deu a Judas. Mas a decisão de arrependimento pelos pecados é uma decisão pessoal, é o tal do “livre arbítrio”.

Jesus somente se relaciona com pessoas que realmente o amem. Se o amor de Jesus por nós fosse um amor compulsivo e ciumento, ele poderia fazer com que nós o amássemos de forma unilateral, obrigando-nos a amá-lo, pois ele tem todo o poder de fazer isso, mas não, Ele prefere estar cercado de pessoas que o amem pelo que Ele é.

Tanto Pedro, como Judas, eu e você temos os mesmos direitos e obrigações diante de Jesus. Judas escolheu o caminho errado, dando lugar ao diabo, e se corrompendo por 30 moedas, e de tanto remorso, se enforcou. Se ele tivesse voltado e pedido perdão a Jesus, teria sido prontamente perdoado como Pedro foi. Pedro e os demais provaram da infinita bondade de Jesus, e pregaram o evangelho até a sua morte.

O que mais deve nos constranger é que Jesus não se cercou de super crentes para fazer todo o seu trabalho na terra, ele se cercou de pecadores, de homens de caráter duvidoso, de pessoas que ninguém via virtude alguma, para através delas transformar o mundo e dividir a história entre antes e depois Dele. Foi assim com os discípulos, e não será diferente comigo e com você. Esse amor dura até hoje, e durará até a consumação dos séculos.

"Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores." (Romanos 5 : 8)

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