quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Porque escrevo para desabafar...

Acho que me encontrei
E confesso que me surpreendi
Pois nem eu sabia que tinha esse dom
O dom de escrever...
Sobre mim, sobre a vida, sobre a dor
Sobre o amor...

Não sou poeta, não sou escritor
mas me julgo no direito de escrever aquilo que sinto,
Aquilo que eu gostaria de ler em algum lugar.
Aquilo que gostaria de falar para alguém
Mas não tenho coragem, ou melhor...
Oportunidade de falar.

E eu que imaginava que isso era um terreno
reservado apenas aos iluminados de alma
aos intelectuais
aos anormais, ou paranormais, sei lá...
não...

Eu também posso!

Pois depois que descobri esse dom
Todo pensamento é um novo poema
Toda palavra é um novo verso
Todo sentimento é um soneto
Todo egoísmo é monólogo.

Não se engane,
nisso não me ensoberbeço
Porque não escrevo para aparecer
Ou para me promover,
ou até mesmo para vender.

Escrevo para desabafar
Porque escrever me acalma
Escrever me faz esquecer
me faz lembrar
enfim...
As teclas do meu laptop
São os esgoto da minha alma.

Escrever é o meu ópio
é a cerveja que nunca bebi...
O porre que jamais tomei...
A gandaia que nunca fiz...
A traição que jamais cometi...
Mesmo porque jamais precisei.

Escrevo...
Sim eu escrevo,
Essa é minha nova paixão
Escrevo, e me descrevo.

Escravos de um compositor

Eu amo a música...
eu sou músico...
eu sou música...
Mas não sou compositor.
E como gostaria de ser...

Porque o compositor na verdade
É um feitor
Como os feitores das senzalas
Somos escravos dele.

Somos escravos dos seus sentimentos
das suas composições
das suas alegrias
das tristezas
Maldito compositor.

Porque ele não tem esse direito.

Quando está alegre, compõe uma valsa
E eu danço...

Quando ele está nervoso,
compõe um rock pesado...
E eu pulo...

Quando está cheio de idealismos
Faz um hino,
e comanda as passeatas
os protestos..
E eu vou preso.

Maldito compositor...

Quando está apaixonado
escreve Garota de Ipanema
E eu me apaixono.

Quando está sofrendo de amor
Com o coração partido, arrasado
Escreve uma balada romântica
melancólica, reflexiva,
e eu...
eu sofro, e choro!

Quando é traído,
escreve uma música sertaneja
E eu,
Aí você está querendo demais..
Eu nem ouço,
Pois isso não é música!

Malditos compositores,
Benditos autores,
Que embalam nossas vidas,
Que abalam nossas sentimentos.

Que eles vivam para sempre apaixonados...

Pois quando estão assim...

Nós estamos também.

Por favor, morra...

Na boa, eu quero você morra!
Porque você faz da minha vida um parque aberto.
Que você entra quando quer...
Se diverte, brinca, relaxa...
e vai embora sem dar nenhuma satisfação.

Por isso eu odeio você...
Odeio o jeito doce com o qual você me convence
Odeio a forma com a qual você olha pedindo perdão
porque sabe que eu vou perdoar pela milésima vez.

Mas eu quero que você desapareça...
da minha vida,
dos meus sonhos,
das minhas vontades.

Pois minha vontade mesmo é de matar...
Matar você...
dentro de mim,
matar esse amor sem fim...

Na boa, por favor não apareça mais!
Porque eu preciso viver a minha vida,
isso mesmo...
a minha vida, que você não quis fazer parte...

Agora é tarde para se arrepender,
porque você escolheu assim,
e assim vai ficar.

Porquê agora o parque tem chave...
Tem portão...
E o melhor de tudo...
Tem dona!

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Osvaldo Montenegro - Metade



Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja para sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso
Mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
e que o convívio comigo mesmo
se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
que eu me lembro de ter dado na infância
Porque metade de mim é a lembrança do que fui
E a outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
E a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém tente complicar
Porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.
E que minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.
Oswaldo Montenegro

Paixões Eternas

Ela nunca irá me abandonar.

Essa aliança é inquebrável...

Pois ela me ama do jeito que eu sou...

Me entende como ninguém pode entender...

Não me julga, mas me corrige, me ensina, me molda.

O homem que sou hoje é fruto do amor dela.

E esse amor é eterno.

Porque por mais que eu possa fazer algo errado,

ela sempre vai estar lá, pronta pra me perdoar e receber de novo de braços abertos...

Com uma doçura no olhar...

Com um amor infinito...

Amo essa mulher com toda a força da minha alma...

Porque ela cuida de mim...

e me decifra com apenas um olhar...

Nunca, jamais a abandonarei..

Por amor e consideração por tudo que ela passou e enfrentou por mim...

Mãe, amo você!

Prazer ao volante


Sem destino, sem pressa, sem hora pra voltar...

Sem preocupar com quanta gasosa vou gastar.

É assim que eu gosto.

Porque esse é o meu hobbie preferido,

passear de carro, sem rumo, com você.

Uma, duas, três horas, não importa...

No volante do meu carro me sinto bem, me sinto no controle, sou o cara, o dono da situação.

Porque ali fantasio que o meu carro é a nossa vida.

O levo para onde eu quero, faço o que me der na telha, e ninguém pode me impedir, a não ser que você peça.

Meu carro, minha vida...

Ambos são melhores com você ao meu lado.

Doce utopia, mas ao menos por algumas horas posso dirigir a minha vida e a sua...

Na certeza que estou te levando a um lugar melhor pra nós dois...

Meu carro, minha vida...

Preciso cuidar melhor de ambos,

Porque quando você estiver pronta para entrar neles,

Não vai querer sair mais.

Cada um cuida de si

E depois de tantos ele se deu conta de que tudo foi em vão...

Parece ter finalmente percebido que não adiantou viver por ela, para ela...

Porque antes de amá-la, não aprendeu a se amar.

E talvez por essa razão tenha vivido a vida dela, as vontades dela, com o simples desejo de ser amado, ser aceito, abrindo mão de si próprio...

Mas mesmo assim ele não se sentia seguro, e passou a desejá-la só para si, tomado pelo ciúme, pela possessividade.

E cada vez que errava, se doava ainda apenas tentando se colocar em harmonia com ela...

O tempo passou, ela prosseguiu, e com sua ajuda venceu obstáculos que seriam muito mais tortuosos sem o apoio dele, mas enfim, o deixou.

Estava se sentindo sufocada, porque ele já não tinha vida, a vida dele, era viver a vida dela...

Os sonhos dela, também eram os sonhos dele.

Já não existia cumplicidade, admiração, parecia mais uma devoção...

No julgamento dele, apenas fez o que era certo e amou a sua maneira...

Para ela, ficou apenas a imagem de um excelente rapaz, trabalhador, moço de família, homem pra casar.

Mas ele aprendeu que é preciso ter a sua própria vida, para poder viver ao lado de alguém...

E foi obrigado a entender que o mais egoísta dos provérbios, é a verdade que ele nunca quis aceitar...

Que pelo bem dos dois...

Cada um cuida de si.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

O Anti-Amor


Quer ser amado? Conquistar alguém?

Não seja tolo em mandar flores, mostrar carinho, não!

Para se dar bem é preciso exercer o Anti-Amor.

Nos dias de hoje para se mostrar amor é preciso em primeiro lugar não mostrar.

Para se mostrar que ama é preciso mostrar que não ama.

... é não se render a vontade de ligar para a pessoa e de fato não ligar!

... é querer estar junto o dia todo, todos os dias, mas não se render ao medo de ser taxado de grudento.

... é desejar escrever poesias e versos apaixonados, mas não escrever com receio de se sentir piegas...

... é não abrir a porta do carro, não puxar a cadeira á mesa.

... é estar sempre na defensiva.

... É estar querer conquistar mas não se permitir ser conquistado.

... é querer o sexo antes do beijo...

... é não amar, mas querer ser amado.

... É viver o curso contrário da vida.

Para conquistar é preciso antes de tudo, desprezar, desdenhar, e até mesmo, maltratar.

As pessoas hoje estão cercadas por suas barreiras e armaduras para protejerem seus sentimentos, sua honra, blá blá blá...

Mas por dentro estão carentes de afeto, atenção, mas por fora estão armados até os dentes, receosos.

Os que fazem isso (maltratam) dão a garantia de que funciona.

Dizem; "Faça isso, ou sofra as consequências".

As pessoas que tem alma e coração no entanto preferem as consequências a se curvar a essa prática mesquinha.

Ainda bem.

A garota do blog, e o blogueiro...

Ela escreve sobre o amor, e o faz muito bem...

Ele escreve sobre futebol, o que também parece fazer igualmente bem.

Ela analisa a si mesma, o mundo, a sociedade, os homens principalmente...

Ele analisa táticas, resultados, estatísticas, e fala dos jogos do time que escolheu torcer.

Ela falando de amor, ele de futebol. A princípio nada mais óbvio.

Mas no fundo não só ela, mas também ele, falam de amor.

Ambos descarregam naquele ambiente virtual um pedido, um desejo contido, um grito...

Eles só querem amar...

E serem amados.

Ela é claro, para desabafar, fala de amor...

Ele (como não poderia deixar de ser), fala de futebol.

Homem x Mulher - Amor x Futebol.

Se dizem rivais, mas no fundo, se completam, se buscam...

E quando esta busca terminar, um dia ELE irá falar de amor...

E ELA, de futebol...

A vida agradece!

Depressão

Preguiça, procrastinação, depressão...

Afinal de contas o que está acontecendo comigo?

Essa falta de vontade de viver, esse comodismo incômodo...

Será a falta de motivos para sonhar?

Porque ao contrário do que dizem, sonhar para mim tem custado muito caro.

Sonhei com uma nova vida, filhos, família...

Uma, duas, três vezes...

Busco forças para tentar sonhar de novo, mas não é fácil apagar tudo que está gravado dentro de você, e fazer novos planos, mas com pessoas diferentes.

Parece que aquilo que foi sonhado junto pertence a quem se foi...

Ânimo para algumas coisas, desânimo para a maioria das outras.

Alerta, sintomas de depressão.

Lapsos de memória, desânimo, humor deprimido, dificuldade de concentração...

Sentimento de fracasso e frustração...

Algo está errado.

Esse não sou eu, hoje eu sou uma farsa...

Um rosto sorridente, mas de alma destroçada e coração amargurado.

Mas o poeta não morreu...

Não irá ao inferno, mas irá voltar...

Bem melhor do que antes.

Promete

Por favor me prometa...

Prometa que comigo você vai ser diferente...

Prometa que desde o primeiro encontro você será você...

Prometa que todas as experiências mal sucedidas que você teve no passado vão ficar exatamente lá onde estão, e você irá se concentrar em escrever uma história nova comigo.

Prometa também que essas mesmas experiências do passado não vão se transformar em jogos e barreiras no presente...

Que você vai sorrir sempre que tiver vontade...

Que vai me ligar quando quiser, mesmo de madrugada, mesmo a cobrar...

Que vai sempre falar a verdade, mesmo que doa (mas com muito jeitinho)...

Que nós seremos cúmplices, e não rivais...

Que eu terei o meu lugar reservado na sua vida, junto com a sua família, seus amigos, mas que eu terei um cantinho especial só para nós dois...

Prometa também que depois de uma briga ou discussão (sim, elas vão acontecer), mesmo que o errado seja eu, você também vai buscar a reconciliação...

Que vai aceitar e entender que eu não sou perfeito, nem um pouco...

Que sempre vai estar pronta a me chamar de amor, me beijar, me abraçar...

Prometa que vai me tratar como se eu fosse o primeiro homem da sua vida, sem medos, sem frustrações,

Que eu lhe prometo que eu serei também o último.