quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Velhos e bons tempos...


Tudo bem, eu admito que não sou mais nenhum adolescente, mas estou longe de ser um velho. Mas o que quero dizer é que nesses meus trinta e poucos anos já vi muita coisa, e também existem muitas outras coisas que vi e acho que não verei mais.

No meu tempo...

O pão era vendido e embrulhado em um papel geralmente rosa...

O leiteiro ainda existia, e vendia leite de porta em porta, sempre precedido de uma inconfundível buzina.

Os meninos usavam kichute, Redley e M2000.

Todo menino tinha uma calça e uma carteira OP (Ocean pacific), mas vulgarmente chamada de “Ovos Partidos” porque eram muito coladas.

Quando se chamava uma menina pra namorar, ela pedia 2 dias pra pensar, mesmo que te amasse.

Cid Moreira apresentava o Jornal Nacional, e todos os garotos eram apaixonados na Xuxa, e depois nas paquitas.

Juba, Lula e Bacana eram heróis da Armação Ilimitada. Ninguém perdia TV pirata!

O programa do Sérgio Malandro sempre foi o melhor, com a Porta dos desesperados e o Malandrowisk. Papai Papudo, Bozo, Vovó Mafalda não eram menos divertidos.

Os trapalhões eram mesmo engraçados.

Sim, eu também tinha um disco do balão mágico, e é claro, um Atari.

Ter cabelo grande, brinco, e tatuagem era coisa de drogado ou de viado, ou os dois.

No meu tempo se brincava na rua de Salva bandeira, pique-pega, mamãe da rua, pique esconde, bola de gude, soltar pipa, etc... Desligar relógio do vizinho era um feito de coragem!

Antes de brigar, um dos dois sempre falava “Dá os começo então!!”, e quase sempre não dava em nada!

No meu tempo andar de avião era coisa para rico.

Os postos de gasolina não abriam a noite.

O Escort XR3 conversível era o carro mais top que se podia ter!

Eu era apaixonado numa menina que se chamava Luciane...

O sonho de todo garoto era ser o Zico ou o Roberto Dinamite.

Dante de Oliveira comandou as Diretas já!

Sempre havia um incêndio no mês de Fevereiro em São Paulo!

Eu assisti Pantanal na antiga TV Manchete!

A corrida de São Silvestre começava antes da meia noite.

Os vizinhos eram amigos.

OS filmes americanos me ensinaram a amar os Estados Unidos e a odiar a União Soviética. Mas graças a Deus, a história me mostrou o contrário!

Falando nisso, todos morriam de medo do homem que iria “apertar o botão” e explodir o mundo na época da guerra fria!

Todos os políticos prometiam acabar com a “Seca do Nordeste”.

Ter uma carteira de membro de uma igreja evangélica valia mais que uma insígnia da Policia Federal...

Velhos tempos, bons tempos...

E que infelizmente não voltam mais....!

3 comentários:

  1. Desabafo de um bom marido
    Minha esposa e eu temos o segredo pra fazer um casamento durar:

    Duas vezes por semana, vamos a um ótimo restaurante, com uma comida gostosa, uma boa bebida, e um bom companheirismo.

    Ela vai às terças-feiras, e eu às quintas.

    Nós também dormimos em camas separadas. A dela é em Natal e a minha em São Paulo.

    Eu levo minha esposa a todos os lugares, mas ela sempre acha o caminho de volta.

    Perguntei a ela onde ela gostaria de ir no nosso aniversário de casamento.

    "Em algum lugar que eu não tenha ido há muito tempo!" ela disse. Então eu sugeri a cozinha.

    Nós sempre andamos de mãos dadas. Se eu soltar, ela vai às compras.

    Ela tem um liquidificador elétrico, uma torradeira elétrica, e uma máquina de fazer pão elétrica.

    Então ela disse: "Nós temos muitos aparelhos, mas não temos lugar pra sentar".

    Daí, comprei pra ela uma cadeira elétrica.

    Lembrem-se.... O casamento é a causa número 1 para o divórcio.

    Estatisticamente, 100 % dos divórcios começam com o casamento.

    Eu me casei com a "Sra Certa". Só não sabia que o primeiro nome dela era "Sempre".

    Já faz 18 meses que não falo com minha esposa. É que não gosto de interrompê-la.

    Mas tenho que admitir, a nossa última briga foi culpa minha.

    Ela perguntou:"O que tem na TV?" E eu disse, "Poeira".

    No começo Deus criou o mundo e descansou. Então, Ele criou o homem e descansou.

    Depois, criou a mulher. Desde então, nem Deus, nem o homem, nem o Mundo tiveram mais descanso.

    Luís Fernando Veríssimo

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    1. A aliança
      Luis Fernando Veríssimo

      Esta é uma história exemplar, só não está muito claro qual é o exemplo. De qualquer jeito, mantenha-a longe das crianças. Também não tem nada a ver com a crise brasileira, o apartheid, a situação na América Central ou no Oriente Médio ou a grande aventura do homem sobre a Terra. Situa-se no terreno mais baixo das pequenas aflições da classe média. Enfim. Aconteceu com um amigo meu. Fictício, claro.
      Ele estava voltando para casa como fazia, com fidelidade rotineira, todos os dias à mesma hora. Um homem dos seus 40 anos, naquela idade em que já sabe que nunca será o dono de um cassino em Samarkand, com diamantes nos dentes, mas ainda pode esperar algumas surpresas da vida, como ganhar na loto ou furar-lhe um pneu. Furou-lhe um pneu. Com dificuldade ele encostou o carro no meio-fio e preparou-se para a batalha contra o macaco, não um dos grandes macacos que o desafiavam no jângal dos seus sonhos de infância, mas o macaco do seu carro tamanho médio, que provavelmente não funcionaria, resignação e reticências... Conseguiu fazer o macaco funcionar, ergueu o carro, trocou o pneu e já estava fechando o porta-malas quando a sua aliança escorregou pelo dedo sujo de óleo e caiu no chão. Ele deu um passo para pegar a aliança do asfalto, mas sem querer a chutou. A aliança bateu na roda de um carro que passava e voou para um bueiro. Onde desapareceu diante dos seus olhos, nos quais ele custou a acreditar. Limpou as mãos o melhor que pôde, entrou no carro e seguiu para casa. Começou a pensar no que diria para a mulher. Imaginou a cena. Ele entrando em casa e respondendo às perguntas da mulher antes de ela fazê-las.
      — Você não sabe o que me aconteceu!
      — O quê?
      — Uma coisa incrível.
      — O quê?
      — Contando ninguém acredita.
      — Conta!
      — Você não nota nada de diferente em mim? Não está faltando nada?
      — Não.
      — Olhe.
      E ele mostraria o dedo da aliança, sem a aliança.
      — O que aconteceu?
      E ele contaria. Tudo, exatamente como acontecera. O macaco. O óleo. A aliança no asfalto. O chute involuntário. E a aliança voando para o bueiro e desaparecendo.
      — Que coisa - diria a mulher, calmamente.
      — Não é difícil de acreditar?
      — Não. É perfeitamente possível.
      — Pois é. Eu...
      — SEU CRETINO!
      — Meu bem...
      — Está me achando com cara de boba? De palhaça? Eu sei o que aconteceu com essa aliança. Você tirou do dedo para namorar. É ou não é? Para fazer um programa. Chega em casa a esta hora e ainda tem a cara-de-pau de inventar uma história em que só um imbecil acreditaria.
      — Mas, meu bem...
      — Eu sei onde está essa aliança. Perdida no tapete felpudo de algum motel. Dentro do ralo de alguma banheira redonda. Seu sem-vergonha!
      E ela sairia de casa, com as crianças, sem querer ouvir explicações.

      Ele chegou em casa sem dizer nada. Por que o atraso? Muito trânsito. Por que essa cara? Nada, nada. E, finalmente:
      — Que fim levou a sua aliança? E ele disse:
      — Tirei para namorar. Para fazer um programa. E perdi no motel. Pronto. Não tenho desculpas. Se você quiser encerrar nosso casamento agora, eu compreenderei.
      Ela fez cara de choro. Depois correu para o quarto e bateu com a porta. Dez minutos depois reapareceu. Disse que aquilo significava uma crise no casamento deles, mas que eles, com bom-senso, a venceriam.
      — O mais importante é que você não mentiu pra mim.
      E foi tratar do jantar.

      Texto extraído do livro "As mentiras que os homens contam", Editora Objetiva - Rio de Janeiro, 2000, pág. 37.


      Ahhhh!!! Muito bom!

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  2. kkkkkkk!!! Uma pergunta? O texto e o comentário são muito bons mas qual ligação entre eles?
    Eu também tenho boas lembranças ( E daí né?)
    Vivia subindo nos muros e árvores e brincava de pique pega e esconde na rua até as 10 da noite ( eu corria tanto...), mas não brincava de queimada por eu era muito mole. Ainda sou mole!
    Brincávamos só de calcinha ( rs! agente era criança) com nossas bonecas na pracinha.
    Passava férias na fazenda e ficava cantando música sertaneja sentada na porteira (kkkkkkkkkkk)
    Chupava balinha Nívea ( lembra) , geladinho e comia pipoca de arroz.
    Meu sonho era ter uma barbe , mas na época era coisa de gente rica. E eu não quero mais falar sobre isso.
    Não me lembro de nada relativo a política e a Juma virava onça.
    Na 4ª série eu gostava de um menino que se chamava Geneilsom ( não ri do nome dele. Para! )
    E...essas coisas...
    Bons tempos mesmo!

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