Tangos e Tragédias

O amor extrai de mim o meu melhor...
E também o meu pior.
Porque dentro de mim mora um vulcão chamado ansiedade,
Pronto para entrar em erupção.

A cumplicidade, o cuidado, o carinho...
O sorriso, a companhia, o toque...
Esse é o meu melhor,
Isso faço bem.

A insegurança, o receio, o medo...
A tristeza, a impaciência, o bloqueio...
Esse é o meu pior,
Que me corrói também.

Imagine todos esses sentimentos misturados
Dentro de um único coração?
É como se de um rio jorrassem águas doces e amargas.
Tenho que aprender tudo de novo.

Sinto-me como um acidentado que perdeu o movimento
das pernas e agora tem que reaprender a andar...
Ou como o ator que encarna diversos personagens diferentes,
E agora já não sabe mais quem ele mesmo é.

É como a dona de casa que se queimou com fogo
e agora não chega perto do fogão.
Ou a criança que levou um tombo e agora,
tem medo de brincar.

A ansiedade ainda vai me matar.
Digo vai, porque matando ela já está.

Porque eu não sei se as coisas são tão graves assim...
Ou tão trágicas a ponto de me fazer sentir isso.
Pode ser até mesmo fantasia da minha cabeça,
vinda de um coração safenado vezes e vezes.

Minhas emoções são como a faixa de Gaza,
em conflito constante, em guerra.
Não há acordos de paz, não há bandeira branca,
não há heróis, apenas o toque de recolher.
O mártire dessa guerra sou eu.

Minhas memórias são de conflitos constantes,
atordoadas pela lembrança de um soldado
que viu a guerra de perto,
e foi ferido por ela.

Aquieta-te rapaz, dê tempo ao tempo.
Descanse, relaxe, aproveite.
Não transforme a comédia da sua vida em um
Espetáculo de tangos e tragédias.

Escreva, desabafe, coloque tudo para fora.
Compartilhe, aceite...
Ponha-se de pé,
A vida avança.