Juntos, abraçados, somos platéia
Os olhos olham atentamente para o palco
Já os olhos da alma não se perdem um do outro
Abraço apertado, corpo reclinado
A noite promete, fato!
Não há palavras
Mas a nossa respiração é sincronizada
As bocas não se tocaram
Mas as mãos estão dadas, atadas, apertadas!
A música toca e repousa em nossos ouvidos
E o calor dos corpos disfarça da alma os sussurros
Dança, movimento, sintonia
Viagem, prazer, calmaria.
No pescoço da moça o afago sem letras
Como o do predador que segura sua presa
Mãos, pernas e lombos
Antítese de namoro, fobia, sonhos
E o frio que assombra o descamisado
É o tempero desse momento sublime
Ardor e calor, paquera e fulgor
Quem sabe paixão, quem sabe um novo...
Um novo amor....
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