E depois de tantos ele se deu conta de que tudo foi em vão...
Parece ter finalmente percebido que não adiantou viver por ela, para ela...
Porque antes de amá-la, não aprendeu a se amar.
E talvez por essa razão tenha vivido a vida dela, as vontades dela, com o simples desejo de ser amado, ser aceito, abrindo mão de si próprio...
Mas mesmo assim ele não se sentia seguro, e passou a desejá-la só para si, tomado pelo ciúme, pela possessividade.
E cada vez que errava, se doava ainda apenas tentando se colocar em harmonia com ela...
O tempo passou, ela prosseguiu, e com sua ajuda venceu obstáculos que seriam muito mais tortuosos sem o apoio dele, mas enfim, o deixou.
Estava se sentindo sufocada, porque ele já não tinha vida, a vida dele, era viver a vida dela...
Os sonhos dela, também eram os sonhos dele.
Já não existia cumplicidade, admiração, parecia mais uma devoção...
No julgamento dele, apenas fez o que era certo e amou a sua maneira...
Para ela, ficou apenas a imagem de um excelente rapaz, trabalhador, moço de família, homem pra casar.
Mas ele aprendeu que é preciso ter a sua própria vida, para poder viver ao lado de alguém...
E foi obrigado a entender que o mais egoísta dos provérbios, é a verdade que ele nunca quis aceitar...
Que pelo bem dos dois...
Cada um cuida de si.
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