domingo, 11 de dezembro de 2011

Fui, voltei...

Tanto tempo sem escrever
Tanto tempo sem ter sobre o que falar
Tantos anos tentando entender
Desistindo dia após dia de sonhar

Minha face demonstra o sorriso
Minha alma contudo sofre
O palhaço no fundo é triste
E o riso tem cheiro de morte.

Descrente dos relacionamentos
Cada dia mais enganado pela aparência
Tornei-me escravo de minhas convicções
Regadas a choro, raiva, e muitas, muitas decepções.

Hoje não quero demonstrar esperança
Hoje que desabafar
Quero dizer que me sinto morto
Quero mostrar que não consigo nem mesmo sonhar.

O que não quero, tenho
O que não tenho, cobiço
A dúvida tornou-se diva
E a vida tornou-se nula.

Um comentário:

  1. Engraçado... as vezes leio o que outros escrevem ou o que dizem, e fico pensando o que eles gostariam de ouvir, ou o que eu gostaria de ouvir se estivesse no lugar deles.Porque agente sempre acha que tem alguma coisa relevante a dizer? Aff!!
    Lendo seu texto eu me lembrei de algo. Aliás , eu já havia lembrado há algum tempo e esperava o tempo oportuno pra falar. Não sei se é o que você gostaria de ouvir , ou ter ouvido, ou até mesmo se quer ouvir alguma coisa.
    Eu me lembrei da história de Jacó, não a parte em que ele traiu Esaú, ou os anos em que trabalhou por Raquel, lutou com Anjo, enfim...
    Mas o momento em que ele reencontra José, depois de vários anos vivendo certo de que ele já estava morto. O filho da esposa que ele mais amava. Claro que se poderia ficar "dias" falando sobre como Deus trabalhou no caráter de Jacó nesse tempo, e todas a implicações e problemas que sua preferencia trouxe a ele e a sua família. Mas eu fico pensando na dor da morte que ele sentiu e a "nulidade" do que havia projetado.
    Mas consegue imaginar o que ele sentiu quando descobriu que iria abraçar José novamente?
    Talvez sintamos a mesma coisa quando também estivermos do lado daqueles amados que partiram.
    Ele não esperava por mais nada e ainda tinha a terrível expectativa de perder todos os seus filhos, para fome e para o Egito.
    Então...
    Ele abraça José.

    Penso e aguardo ansiosa por ser Israel, mas sei que sempre se pode ser José pra alguém.

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