terça-feira, 18 de outubro de 2011

Uma mente atormentada, mas livre, feliz e consciente...


Olá pessoal, depois de um longo inverno, volto a postar aqui, já estava com saudade!

Quero desabafar aqui com vocês!

Desde pequeno me conheço assim, questionador. Muito embora pelo próprio trato com meu pai que não gostava de responder minhas perguntas e isso meio que me inibiu a questionar quando tivesse dúvida, esse meu perfil saltou para ganhar forma em minha forma de vida.

Criado no evangelho, sempre doutrinado por mestres e pessoas de conduta irrepreensível, aprendi muita coisa que carrego comigo até hoje, e principalmente que nós não podemos ser massa de manobra, pois somos formadores de opinião. Eu sou, e com muito orgulho.

Nos últimos 2 meses tenho sofrido muito por causa de conflitos envolvendo pessoas queridas e o evangelho. Pessoas que acham que tem razão em tomar certas atitudes, atitudes essas de discordo, mas vida que segue, como a bíblia mesmo diz, como andarão 2 juntos se não estiverem de acordo?

Além da minha personalidade forte, que já me rendeu até o apelido de cabeça dura, tenho uma fé e convicção sobre as verdades do evangelho que só são suplantadas por aqueles que realmente tem bagagem e vivência no evangelho suficiente para me convencerem.

Nos últimos anos Deus me despertou para a doença que a religião tem trazido para muitos, e por isso, o amor de muitos tem se esfriado. Deus alertou que isso aconteceria por causa da iniqüidade, e durante muito tempo eu pensei que iniqüidade era uma vida de pecado, mas não apenas isso, iniqüidade é uma atitude, é uma conduta desigual, que também é pecado.

É tratar com diferença Fulano de Ciclano, Marta de Maria e assim por diante.

É se vestir de toda a justiça própria e achar que pelo fato de ter lido inúmeras vezes a bíblia, por ter ido a cruzadas, ter feito jejuns de Daniel, e etc, e se achar superior ao outro que mal consegue se firmar nas pernas bambas de sua fé.

E por causa dessas pernas bambas, os tombos são inevitáveis. E o fortão ao invés de ajudar o outro a se levantar, pisa na sua cabeça, por se julgar superior. O que o fortão não entende é que diante de Jesus, todos vieram do mesmo lamaçal de pecado, e os pecados tanto do fortão, quanto do fraco já estão pagos.

Se Jesus pagou a conta, quem somos nós para julgar A ou B?

E é por causa desse tratamento desigual, dessa iniqüidade, que o amor do fraco, e até mesmo do forte esfria, e aí as feridas estão abertas na alma, e a noiva pela qual Jesus se entregou padece.

Tenho vivido na pele o dilema do escândalo. Uns se escandalizam porque fulano canta música tal, outro porque vai ao show tal, e outro porque o fulano joga futebol.

Aonde mora o limite entre o respeito a fé do próximo, e a liberdade adquirida pelo ser através do sangue de Jesus que nos dá o evangelho?

Sim, porque para uns jogar futebol é pecado, mulher cortar o cabelo, usar calça jeans, assistir TV, tomar um copo de vinho, e nessa onda de não proves, não toques, não manuseies, perdemos o gostoso da vida, deixamos de viver, para não ofender a consciência do outro.

A bíblia diz em Romanos 14 que feliz é aquele que não se condena naquilo que faz, pois o faz pela fé, e tudo que não provém de fé, é pecado.

Então a muito tempo eu deixei de viver de aparências, de não emitir as minhas opiniões, de expor aquilo que está no meu coração, de curtir a beleza da vida com a responsabilidade genuína que um homem de Deus tem que ter, para não escandalizar o irmão A ou B.
O que sinceramente eu quero é que esse irmão, assim como eu, se desprenda dessas amarras da religião e veja que a Terra está cheia de glória de Deus, e que a maldade está apenas nos olhos de quem vê.

Davi quando trouxe a arca de volta para Israel entrou na cidade dançando e dando cambalhotas de alegria literalmente. Naquela época homem não usava cueca, e é claro, sem meias palavras, o saco de Davi, a bunda de Davi, aparecia para quem quisesse ver. Mas Davi estava tão feliz pelo que Deus tinha feito que não se importou com isso, e continuou dançando.

Do alto do templo Mical, esposa de Davi desprezou seu marido julgando que Ele estava fazendo um papel ridículo expondo as suas partes íntimas, e por essa atitude, por ter julgado um servo de Deus em êxtase de alegria, Deus fez de Mical uma mulher estéril.

E este é o fim que Deus tem reservado para as pessoas que praticam o julgamento, e se sentam no trono de Deus como juízes da vida alheia, a esterilidade, a incapacidade de dar frutos, de gerar vida.

O próprio Jesus não julgou aquela mulher adúltera como todos os fariseus queriam que ele julgasse, ele simplesmente colocou a todos os outros no mesmo pé de igualdade dela.

Como ele conhecia o pecado de todos, sabia que ela tinha adulterado, mas outros ali tinham pecados semelhantes, maiores e menores, mas, pecados!

E Jesus ainda assim disse, depois de liberá-la;

Vós julgais segundo a carne, Eu a ninguém julgo.

Se Jesus que era o cara não julgava nem mesmo uma mulher pega com a boca na botija, quem somos nós para fazer igual?

E é nessa consciência de que todos somos indesculpáveis diante de Deus, e que somente somos aceitos diante Dele por causa do sangue de Jesus, é a cada dia eu me convenço que foi para a liberdade para que Cristo nos chamou.

Romanos 14:6

Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz e o que não faz caso do dia para o Senhor o não faz. O que come, para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e o que não come, para o Senhor não come, e dá graças a Deus.

Ou seja;

Quem joga bola, para Deus joga. Quem não usa batom, para o Senhor não usa. Quem ouve música, seja ela qual for, para o Senhor ouve.

E é por cada dia estarmos dando mais tempo a religião do que a palavra, que estamos a cada dia vendo coisas absurdas como vemos hoje.

Quando Jesus diz “Não julgueis”, ele não deixou nenhuma outra condição para que isso fosse feito. Não é não, em qualquer ocasião.

E assim tenho vivido. Atormentado em algumas horas por causa do juízo e julgamento das pessoas, mas com a consciência limpa e cheia de fé de que tudo que faço, faço para Deus, e isso é o que importa.

Atormentado, mas livre, feliz, e consciente.

(Na próxima postagem tentarei escrever sobre como tratar aquele que se escandaliza com tudo, mas antes, vou orar e estudar, pois o tema é polêmico demais.)

Um comentário:

  1. Que Deus nos dê um coração mais humilde e compreensivo.

    "Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano.
    O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano.
    Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo.
    O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!
    Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado."

    Lucas 18:10-14

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